Destruir.
Sempre destruir o que não se pode possuir,
arrancando do mundo o brilho que fere,
como se retirar pétalas pudesse apagar a flor.
Negar.
Afastar-se da verdade que incomoda,
erguendo muros de falsidade sobre o que ilumina,
como se o mundo precisasse de censura
para caber dentro de olhos estreitos.
Insultar.
Gritar contra o que desperta desejo,
como se palavras pudessem matar o que reluz;
um acto silencioso de inveja que ecoa no vazio.
No íntimo, não há culpa:
apenas o reflexo frio de quem teme a própria sombra,
projetando escuridão sobre tudo o que não é seu.
O mundo observa, implacável.
E aqueles que caminham plantando sombras
não percebem que a única prisão
é a que carregam dentro de si.
(Poema inspirado na frase de Honoré Balzac: “É tão natural destruir o que
não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja.”)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.