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domingo, 31 de agosto de 2025

Reflexos do Vazio

Destruir.

Sempre destruir o que não se pode possuir,

arrancando do mundo o brilho que fere,

como se retirar pétalas pudesse apagar a flor.

 

Negar.

Afastar-se da verdade que incomoda,

erguendo muros de falsidade sobre o que ilumina,

como se o mundo precisasse de censura

para caber dentro de olhos estreitos.

 

Insultar.

Gritar contra o que desperta desejo,

como se palavras pudessem matar o que reluz;

um acto silencioso de inveja que ecoa no vazio.

 

No íntimo, não há culpa:

apenas o reflexo frio de quem teme a própria sombra,

projetando escuridão sobre tudo o que não é seu.

 

O mundo observa, implacável.

E aqueles que caminham plantando sombras

não percebem que a única prisão

é a que carregam dentro de si.

 

 

 

(Poema inspirado na frase de Honoré Balzac: “É tão natural destruir o que não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja.”)

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