Homens partem com a juventude nos ombros,
voltam em fragmentos, carregando dor e silêncio.
Cidades respiram em ritmo pesado,
o tempo parece encolher diante da escassez
de mãos, de risos, de vida.
O país envelhece enquanto o horizonte arde,
os campos vazios lembram memórias de gerações
perdidas,
e a esperança se mede em migalhas de pão e calor.
Profissões abandonam escritórios, laboratórios,
escolas,
para preencher trincheiras que não descansam.
A experiência se dilui, a força se dispersa,
e cada vitória de terra conquistada
não substitui o que se perde por dentro.
O tempo curva-se sobre a pátria,
e mesmo o silêncio das noites geladas
carrega o peso de decisões que não podem ser
revertidas.
O amanhã é um mapa de incertezas,
onde a vida se move entre sombras e lembranças,
e a guerra, sem fim à vista,
transforma o futuro em uma promessa frágil,
moldada pelo cansaço, pelo medo e pelo eco dos que se
foram.
(Este poema aborda a guerra na Ucrânia, refletindo
poeticamente sobre os impactos diretos e indiretos para a Rússia: a perda
massiva de soldados, o envelhecimento da população, o esgotamento de recursos
humanos e económicos, e as consequências de um conflito prolongado. O objetivo
é transmitir, de forma sensível, como a guerra corrói a estrutura social e
económica de um país, mostrando que vitórias militares não compensam perdas
humanas e demográficas significativas.)
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