Assenta-se sobre tronos de fogo,
o manto tecido de alvoreceres antigos,
as mãos pesando a eternidade como quem pesa grãos de
luz.
O olhar atravessa séculos
como o vento atravessa desertos,
e nada escapa à sua memória de estrelas.
Não é dono de um povo,
mas guardião de todos os passos,
desde o primeiro que foi dado na sombra
até o último que se dará na plenitude da aurora.
Não se apressa.
O tempo é seu servo,
e cada segundo é uma semente
que ele coloca na terra do infinito.
Fala na linguagem que antecede as línguas,
um murmúrio que molda montanhas
e acalma oceanos sem levantar a voz.
Sua justiça não nasce do medo,
mas da harmonia que ordena galáxias,
da balança que pesa tanto o sopro de uma criança
quanto o rugido de um cometa.
E quando se erguer,
não será para esmagar,
mas para devolver ao seu lugar
tudo o que foi perdido,
e lembrar à criação
que ela nasceu para dançar na luz.
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