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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

O Oráculo dos Ilusionistas

Eles vêm com vozes de ouro,

coroando-se em promessas de céu e redenção.

Mas cada palavra é pó que se desfaz

antes de tocar quem sofre.

 

Nos becos da fome, nas praças do desalento,

os olhos buscam a luz que nunca vem.

E eles sorriem, estendem mãos vazias,

convidando a fé a caminhar sobre o abismo.

 

Erguem torres de mentira,

e o povo, exausto, sobe degrau a degrau

como se cada passo fosse salvação.

Mas o chão cede sob o peso das ilusões,

e o eco da verdade mal se ouve.

 

A miséria é seu altar,

o desespero, sua coroa.

Eles alimentam-se do vazio,

e tecem sonhos que apagam o real.

 

Mas saibam, os que ainda escutam:

a chama escondida em cada coração

não se dobra às palavras que enganam.

E mesmo quando todos caem,

quem desperta vê os fios da mentira

e encontra caminhos onde não há atalhos.

 

O mundo não pertence aos que iludem,

mas aos que acordam.

E cada alma desperta

é trovão que rompe o silêncio,

claridade que rasga as sombras

dos falsos profetas.

 

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