Eles vêm com vozes de ouro,
coroando-se em promessas de céu e redenção.
Mas cada palavra é pó que se desfaz
antes de tocar quem sofre.
Nos becos da fome, nas praças do desalento,
os olhos buscam a luz que nunca vem.
E eles sorriem, estendem mãos vazias,
convidando a fé a caminhar sobre o abismo.
Erguem torres de mentira,
e o povo, exausto, sobe degrau a degrau
como se cada passo fosse salvação.
Mas o chão cede sob o peso das ilusões,
e o eco da verdade mal se ouve.
A miséria é seu altar,
o desespero, sua coroa.
Eles alimentam-se do vazio,
e tecem sonhos que apagam o real.
Mas saibam, os que ainda escutam:
a chama escondida em cada coração
não se dobra às palavras que enganam.
E mesmo quando todos caem,
quem desperta vê os fios da mentira
e encontra caminhos onde não há atalhos.
O mundo não pertence aos que iludem,
mas aos que acordam.
E cada alma desperta
é trovão que rompe o silêncio,
claridade que rasga as sombras
dos falsos profetas.
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