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sábado, 16 de agosto de 2025

Os 13 Dentes de Ledi-Geraru

Treze dentes,

treze chaves soterradas

na poeira vulcânica do tempo.

 

Não falam,

mas guardam o rugido da aurora,

onde o macaco e o homem

não eram linhas retas,

mas ramos entrelaçados

de uma árvore secreta.

 

Cada dente é um oráculo,

um fragmento de verdade mordida,

um eco das bocas que mastigaram silêncio

antes de nós.

 

Lucy já não está sozinha.

No mesmo chão

outros passos deixaram sinais,

outras linhagens ergueram-se,

outras histórias floresceram e morreram

antes da nossa.

 

O que somos?

Apenas sobreviventes

de uma multidão esquecida,

um ramo que não tombou,

ainda.

 

E os dentes,

como sentinelas fósseis,

sussurram no pó:

“Não fostes escolhidos,

fostes apenas poupados.”

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