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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Bhagavad Gita – Essência Poética

No campo de batalha, Arjuna hesita,

o coração pesado, os olhos nublados,

e Krishna fala, sem pressa, sem julgamento,

sobre dever, ação e a verdade que habita o ser.

 

A vida é batalha e templo,

não se mede pelo triunfo ou derrota,

mas pelo ato consciente, pelo alinhamento da alma.

Cada gesto, cada escolha, cada respiração

carrega a semente da eternidade.

 

Não és o corpo, não és a dor,

não és o medo que te paralisa;

és consciência, oceano de luz,

permanente, invisível, livre do tempo.

 

O dever chama, mas não pelo fruto;

age com coragem, discernimento e entrega,

sem apego, sem raiva, sem ilusão.

O mundo pode se mover em caos,

mas tua essência permanece inteira.

 

O silêncio é mestre, o interior é campo de batalha,

a mente se acalma, o coração se abre,

e na entrega sem ego surge a liberdade.

Cada dificuldade é portal, cada medo, espelho,

cada instante, oportunidade de compreender a verdade.

 

Não busques apenas vitória,

busca integrar, transcender, perceber

que o que parece perda é aprendizagem,

que o que parece fim é passagem,

e que na ação consciente se revela

a unidade de tudo, o eterno, o divino.

 

O sol se põe, os guerreiros caem,

mas a alma desperta, desperta para si mesma,

e na vastidão do instante encontra

a essência que jamais morre,

o fio que conecta todas as vidas,

a luz que guia cada passo, cada gesto, cada escolha.

 

 

(Este poema procura traduzir em palavras o coração do Bhagavad Gita, refletindo a profundidade e a atemporalidade do diálogo entre Arjuna e Krishna. Não se trata de uma transcrição literal, mas de uma interpretação poética que captura o espírito da obra: a luta interna do ser humano, a hesitação diante do dever, a compreensão da alma como eterna e a importância da ação consciente e desapegada.

A obra original é um tratado filosófico e espiritual de vasta densidade, e aqui busquei condensar seus ensinamentos centrais em fluxo contínuo e contemplativo, sem a rigidez de quadras ou estruturas formais. O poema enfatiza a unidade do ser, a coragem diante do medo, a entrega sem apego e a percepção de que cada instante, cada escolha, carrega a semente do eterno.

A intenção é oferecer ao leitor uma experiência que desperte reflexão, introspecção e conexão com a própria essência, permitindo que a sabedoria do Gita se revele de maneira acessível, emocional e poética.)

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