Uma câmara gigantesca abre o olho,
3,2 mil milhões de pixels
a beber a noite chilena.
Cada disparo é um abismo revelado,
um mapa novo do que julgávamos conhecer,
um rumor de estrelas ainda não nomeadas.
O céu já não cabe na memória humana,
é preciso uma máquina do tamanho de um carro
para guardar o que nos ultrapassa.
Mas não é a máquina que se espanta,
somos nós, diante do ecrã,
a perceber que o universo
é demasiado vasto
para caber no pensamento.
E, no entanto,
cada pixel contém o mesmo silêncio
que pulsa no coração.
O infinito não se mede,
olha-nos de volta.
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