Há um silêncio que mora em mim,
um quarto sem janelas
onde as paredes respiram frio
e o tempo se deita sem pressa.
Procuro nomes para preenchê-lo,
mas as palavras desfazem-se em pó.
Procuro rostos, memórias,
mas até elas se escondem do que sou.
É um vazio que não grita,
não pede, não reclama.
Apenas se senta comigo à mesa,
olhando-me como um espelho cansado.
E, no entanto, nesse espaço árido
às vezes nasce um sopro,
uma centelha mínima, quase invisível,
que me faz lembrar que até no deserto
há sementes que esperam pela chuva.
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