No ventre da Terra respira um reino velado.
As montanhas são apenas o seu manto,
os mares apenas o véu que esconde as suas portas.
Ali não existe sol, mas a luz é interior,
um fulgor que nasce das pedras vivas
e corre como rios de fogo cristalino.
Guardas antigos vigiam os umbrais,
figuras meio humanas, meio memória,
e só aqueles cujo coração conhece o silêncio
conseguem ouvir o chamamento.
É o lugar onde o tempo se dobra,
onde os mortos não estão mortos
e os vivos ainda não nasceram por inteiro.
Um espelho da superfície,
mas mais profundo, mais verdadeiro.
Quem o encontra não regressa igual:
descobre que o reino oculto da Terra
é também o reino oculto do próprio ser.
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