Os céus rasgam-se em silêncio,
mas ninguém ergue os olhos.
As cidades brilham,
e na sua claridade habita a sombra.
As mãos que governam
são de ferro e de pó.
Erguem muralhas,
mas o vento as atravessa.
O tempo não é linha,
é mar revolto,
e nele se afogam
os que acreditaram em mapas antigos.
Virão dias em que a palavra
será comprada e vendida,
e a verdade, escondida
como semente sob a pedra.
Quem cairá?
Quem resistirá?
Não o mais forte,
nem o mais sábio,
mas aquele que guarda
o fogo secreto do coração.
O mundo não pára.
A roda gira,
e cada volta traz consigo
o peso de uma escolha.
Escuta,
porque já não há retorno:
a mudança respira no ar,
e o futuro chama,
como um trovão que ainda não se ouviu.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.