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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

O Sinal

Os céus rasgam-se em silêncio,

mas ninguém ergue os olhos.

As cidades brilham,

e na sua claridade habita a sombra.

 

As mãos que governam

são de ferro e de pó.

Erguem muralhas,

mas o vento as atravessa.

 

O tempo não é linha,

é mar revolto,

e nele se afogam

os que acreditaram em mapas antigos.

 

Virão dias em que a palavra

será comprada e vendida,

e a verdade, escondida

como semente sob a pedra.

 

Quem cairá?

Quem resistirá?

Não o mais forte,

nem o mais sábio,

mas aquele que guarda

o fogo secreto do coração.

 

O mundo não pára.

A roda gira,

e cada volta traz consigo

o peso de uma escolha.

 

Escuta,

porque já não há retorno:

a mudança respira no ar,

e o futuro chama,

como um trovão que ainda não se ouviu.

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