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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Árvore que Sonha de Pé

No meio do nada, um centro

no meio do tempo, um corpo.

 

Não nasceu ontem

nem saberia dizer quando

apenas está,

como se o mundo tivesse brotado à sua volta

por respeito.

 

Bebe nuvens com raízes,

guarda trovões na madeira esponjosa,

e sussurra lendas às folhas

que só os morcegos entendem.

 

Se te sentares junto dela,

o chão muda de pulsação,

e o vento já não sopra,

fala.

 

Ela conhece os nomes perdidos,

lembra o que o fogo esqueceu,

mas não morre,

adormece por dentro.

 

Quem toca no seu tronco

pode ouvir batidas

que não são de coração,

mas de universo.

 

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