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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

O Cristo Invisível

Antes do tempo, já existia a chama,

a consciência que dorme nas estrelas.

Desceu à matéria como sopro,

para lembrar à argila o que é o eterno.

 

Não nasceu de ventre apenas,

mas do encontro entre céu e terra,

onde o espírito se lembra de si

no instante em que respira um corpo.

 

Caminhou entre sombras humanas,

falando do Reino que não se vê,

não o dos céus distantes,

mas o que pulsa por dentro das veias do ser.

 

Foi crucificado em todos nós,

nas vezes em que negámos o amor,

e ressuscitou em cada perdão

que soube romper o ciclo do sofrimento.

 

Porque o Cristo não é um nome,

nem pertence a uma só história,

é o sol secreto dentro do Homem,

que insiste em nascer, mesmo na noite.

 

 

 

(Este poema homenageia o Cristo arquetípico e universal, símbolo do despertar da consciência divina no ser humano. Mais do que figura histórica, ele representa a luz solar e interior, presente em mitos antigos de Horus, Osíris, Mitra e tantos outros, que renasce, em cada época, com um novo nome e um mesmo propósito: recordar-nos quem somos.)

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