Existem presenças que me tocam
sem palavra nem contacto,
chegam como um campo de luz
ou um silêncio denso,
e sei, sem saber porquê,
que devo ficar ou afastar-me.
Às vezes, tremo por dentro
com a sombra que transporto
e receio que o meu peso
fira o alento de quem me quer bem.
Mas também há dias
em que alguém entra
e o mundo se ajeita,
como se tudo respirasse
na mesma frequência.
Aí, o escuro em mim
baixa os olhos
e aprende com a claridade
que não pede nada,
apenas é.
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