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terça-feira, 8 de julho de 2025

E Os Que Mentirem Serão Coroados / J.M.J.

Ergue-se a hora sem nome,

onde o ouro escorre dos lábios,

não da fronte.

 

Os que mentirem serão coroados,

não com louros,

mas com o silêncio dos que já não sabem

onde repousa a verdade.

 

Virão com promessas nas palmas

e mapas que brilham na névoa,

ninguém lhes pedirá chão.

 

Os que choram serão chamados frágeis,

os que ouvem, cúmplices do ruído.

Os que calam por lucidez

serão confundidos com os que nada sabem.

 

E no meio do alvoroço,

uma nascente brotará no mais árido:

não será vista,

mas os sedentos hão de pressentir-lhe a vibração.

 

Haverá quem rasgue véus

com mãos sujas de barro

e quem levante torres sobre a ilusão dos espelhos.

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