Ergue-se a hora sem nome,
onde o ouro escorre dos lábios,
não da fronte.
Os que mentirem serão coroados,
não com louros,
mas com o silêncio dos que já não
sabem
onde repousa a verdade.
Virão com promessas nas palmas
e mapas que brilham na névoa,
ninguém lhes pedirá chão.
Os que choram serão chamados
frágeis,
os que ouvem, cúmplices do ruído.
Os que calam por lucidez
serão confundidos com os que nada
sabem.
E no meio do alvoroço,
uma nascente brotará no mais árido:
não será vista,
mas os sedentos hão de
pressentir-lhe a vibração.
Haverá quem rasgue véus
com mãos sujas de barro
e quem levante torres sobre a
ilusão dos espelhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário