Trilham o cosmos sem ruído,
fantasmas leves de luz e tempo.
Atravessam estrelas, mundos,
o teu corpo, e não sentes nada.
Nascem do coração do Sol,
do colapso das estrelas antigas,
de reatores e da própria Terra,
portadores de segredos do universo.
Não se detêm, não se prendem,
mudam, oscilam, transformam-se,
sussurram histórias antigas
que só a ciência ousa escutar.
São invisíveis, mas existem,
como pensamentos que passam
além da nossa perceção,
mensageiros de um infinito desconhecido.
(Os neutrinos são partículas quase invisíveis que atravessam o universo e
os nossos corpos sem serem percebidas. Inspirado por este fenómeno, o poema
procura dar voz ao que passa despercebido, lembrando-nos que o universo guarda
mistérios invisíveis, mas reais, que influenciam tudo ao nosso redor. É um
convite à atenção, à curiosidade e à contemplação do que existe além dos
sentidos.)
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