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terça-feira, 5 de agosto de 2025

Terra Rasgada / J.M.J.

Na pele seca de Gaza,

o chão treme sob os passos do silêncio,

bombas fazem chuva de morte,

vãs promessas de liberdade rasgadas pelo fogo.

 

No ar, o grito contido de mães,

filhos que nunca verão o amanhã,

um povo que se esvai, invisível para o mundo,

escondido entre escombros e lágrimas mudas.

 

E lá fora, a voz do mundo é um eco distante,

um teatro de conveniências e omissões,

olhos que desviam o olhar,

mãos que não se erguem contra a barbárie.

 

Mas a memória dos que morrem não se cala,

a terra ferida clama justiça,

e cada nome apagado do mapa

é um grito de revolta que nunca morrerá.

 

 

(Este poema nasce num tempo em que a Faixa de Gaza enfrenta uma ameaça de reocupação total, com risco de agravamento da crise humanitária e aumento do sofrimento do povo palestiniano. Enquanto o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu pressiona por uma ofensiva que pode colocar em perigo reféns e civilização, observa-se uma preocupante passividade da comunidade internacional perante este flagelo.

Expressamos a esperança de que, dentro de Israel, surjam vozes firmes e corajosas que se oponham a esta escalada de violência, que rejeitem a militarização exacerbada e que defendam a justiça, a paz e o respeito pelos direitos humanos. Que a consciência crítica dos israelitas seja a luz que impeça que o trauma do passado se transforme em tragédia repetida.

Que a memória da dor não seja um pretexto para a cegueira, mas sim um chamado à responsabilidade e à humanidade.)

 

 

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