No meio do nada, um centro
no meio do tempo, um corpo.
Não nasceu ontem
nem saberia dizer quando
apenas está,
como se o mundo tivesse brotado à sua volta
por respeito.
Bebe nuvens com raízes,
guarda trovões na madeira esponjosa,
e sussurra lendas às folhas
que só os morcegos entendem.
Se te sentares junto dela,
o chão muda de pulsação,
e o vento já não sopra,
fala.
Ela conhece os nomes perdidos,
lembra o que o fogo esqueceu,
mas não morre,
adormece por dentro.
Quem toca no seu tronco
pode ouvir batidas
que não são de coração,
mas de universo.
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