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terça-feira, 5 de agosto de 2025

Clarão / J.M.J.

No íntimo abismo do tempo sem forma,

onde o verbo ainda não se disse,

há um instante,

mais pequeno que o sopro,

mais vasto que o céu,

em que a luz se faz carne.

 

Não há nome,

não há rosto,

só um clarão.

 

Uma faísca sem olhos,

mas que já vê o mundo inteiro.

 

Ali, no ventre do invisível,

um deus minúsculo desperta,

trazendo nos ombros de célula

a memória do sol e da água,

o rumor das eras

e o destino dos ossos.

 

Tudo começa ali.

no breve relâmpago do ser.

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