No íntimo abismo do tempo sem forma,
onde o verbo ainda não se disse,
há um instante,
mais pequeno que o sopro,
mais vasto que o céu,
em que a luz se faz carne.
Não há nome,
não há rosto,
só um clarão.
Uma faísca sem olhos,
mas que já vê o mundo inteiro.
Ali, no ventre do invisível,
um deus minúsculo desperta,
trazendo nos ombros de célula
a memória do sol e da água,
o rumor das eras
e o destino dos ossos.
Tudo começa ali.
no breve relâmpago do ser.
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