Não são canhões de luz,
nem naves com velas de fogo,
o nosso verdadeiro escudo
é mais antigo do que o próprio homem.
Milhões de vozes invisíveis,
micróbios, sementes de sombra,
dançam no ar, na pele,
no fundo dos mares e das rochas.
Eles guardam-nos sem saber,
tecem muralhas microscópicas,
um exército de invisíveis sentinelas
contra quem ousar tocar-nos.
Se outros olhos nos espreitam
na vastidão do espaço,
que saibam:
não é o aço que nos protege,
mas a floresta oculta
de vida minúscula,
feroz na sua simplicidade,
implacável na sua diferença.
E assim, talvez,
a Terra permaneça intocada,
não por ser forte,
mas por estar coberta de mundos invisíveis
que nenhum visitante suportaria respirar.
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