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domingo, 17 de agosto de 2025

A Barreira Invisível

Não são canhões de luz,

nem naves com velas de fogo,

o nosso verdadeiro escudo

é mais antigo do que o próprio homem.

 

Milhões de vozes invisíveis,

micróbios, sementes de sombra,

dançam no ar, na pele,

no fundo dos mares e das rochas.

 

Eles guardam-nos sem saber,

tecem muralhas microscópicas,

um exército de invisíveis sentinelas

contra quem ousar tocar-nos.

 

Se outros olhos nos espreitam

na vastidão do espaço,

que saibam:

não é o aço que nos protege,

mas a floresta oculta

de vida minúscula,

feroz na sua simplicidade,

implacável na sua diferença.

 

E assim, talvez,

a Terra permaneça intocada,

não por ser forte,

mas por estar coberta de mundos invisíveis

que nenhum visitante suportaria respirar.

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