Não és apenas carne,
nem um nome que caminha entre muros,
és uma colónia viva,
um mundo que respira dentro de outro mundo.
Trinta trilhões de ti
são chamados humanos.
Trinta e nove trilhões te habitam
sem rosto, sem voz,
e ainda assim sustentam o teu nome.
No escuro dos intestinos,
nas fronteiras da pele,
nas cavernas húmidas da boca,
eles trabalham.
Digerem o que não sabes,
fabricam o que precisas,
ensinam o teu corpo a defender-se,
e, por vezes, choram contigo.
Não são hóspedes,
não são inimigos;
são parte do que és,
parte do que pensa,
parte do que sente.
Tu não estás só,
nunca estiveste.
Carregas uma floresta,
uma cidade antiga,
um pacto invisível com a vida.
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