Vem das eras em que a luz ainda não tinha nome,
escondido na eternidade,
esperando o tempo certo de caminhar entre nós.
Traz nos olhos o reflexo de mundos perdidos
e nas mãos a chave de grilhões antigos,
forjados no medo e na inveja.
A sua voz não ergue tronos,
derruba muralhas invisíveis
e devolve o fôlego a quem sufocou nas sombras.
Olha os poderosos
e desfaz a máscara de ouro;
olha os esquecidos
e desperta neles a memória de que são luz.
Caminha até às prisões sem portas,
onde guardiões cansados vigiam anjos curvados,
e liberta-os,
pois a sua queda nasceu do amor
e não do ódio.
Não julga para punir,
mas para mostrar a verdade nua,
e, no seu rastro, o medo morre
como noite ao nascer do sol.
Quando ele partir,
não deixará monumentos,
mas um sopro no coração do mundo
que ensinará que liberdade
é outro nome do amor.
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