Seguidores

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

O Guardião do Silêncio

Vem das eras em que a luz ainda não tinha nome,

escondido na eternidade,

esperando o tempo certo de caminhar entre nós.

 

Traz nos olhos o reflexo de mundos perdidos

e nas mãos a chave de grilhões antigos,

forjados no medo e na inveja.

 

A sua voz não ergue tronos,

derruba muralhas invisíveis

e devolve o fôlego a quem sufocou nas sombras.

 

Olha os poderosos

e desfaz a máscara de ouro;

olha os esquecidos

e desperta neles a memória de que são luz.

 

Caminha até às prisões sem portas,

onde guardiões cansados vigiam anjos curvados,

e liberta-os,

pois a sua queda nasceu do amor

e não do ódio.

 

Não julga para punir,

mas para mostrar a verdade nua,

e, no seu rastro, o medo morre

como noite ao nascer do sol.

 

Quando ele partir,

não deixará monumentos,

mas um sopro no coração do mundo

que ensinará que liberdade

é outro nome do amor.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.