Chegou o tempo de regressar.
O servo que andava pelas ruas do mundo,
com as mãos abertas e o coração ferido,
descobre o altar escondido no peito.
Não é o fim da missão,
é o início da verdade.
O fogo que acendia nos outros
precisa primeiro queimar por dentro.
Servir não é doar-se até ao esgotamento,
é tornar-se canal do que é puro,
e só o coração purificado
pode sustentar a luz sem se consumir.
O que se cura no íntimo, irradia-se sem ver.
O que se compreende na escuridão, ilumina o mundo.
O que se transforma no espírito,
faz vibrar o universo inteiro.
Não se trata de renunciar,
trata-se de regressar à origem,
de reconhecer-se como templo,
e perceber que a chama, afinal,
sempre ardeu dentro do seu silêncio.
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