Entre o som e o eco
há um instante que respira;
nem palavra, nem silêncio,
apenas o ser a acontecer.
O vazio não é ausência,
é o chão onde tudo floresce.
É nele que a vida se dobra
para caber inteira no agora.
Nada nos pertence,
nem o corpo, nem o nome,
nem o pensamento que julgamos nosso.
Tudo é passagem,
movimento de um só sopro.
E talvez amar
seja apenas deixar o mundo ser,
sem o prender com o olhar.
(Poema inspirado no pensamento de Tao Kwok Cheung
acerca do vazio como campo fértil do ser, onde o existir acontece em silêncio e
liberdade.)
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