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terça-feira, 18 de novembro de 2025

Respiração do Tempo - Quando o Ar Muda de Direção

Por vezes o mundo parece sussurrar

uma mudança quase impercetível,

como se o ar tomasse outra direção

e o corpo, sem pensar, se endireitasse

para ouvir melhor.

 

As pessoas cruzam-se nas ruas

com um silêncio atento nos olhos;

não é peso, é pressentimento.

Algo se aproxima,

e cada um tenta alinhar-se por dentro

antes de ser apanhado desprevenido.

 

As conversas encurtam;

tornam-se exatas.

Ninguém quer gastar energia

em histórias gastas.

Só importa o essencial,

o que ainda sustenta o que estamos a erguer.

 

E enquanto isso, pequenas tensões sobem do chão,

como tremores discretos:

não é colapso, é aviso.

O mundo recorda-nos que tudo tem limite,

que nada permanece imóvel

só porque o desejamos.

 

Mas, entre estes movimentos densos,

um fio de lucidez atravessa o que nos envolve:

uma clareza firme e silenciosa

que distingue medo de verdade,

ruído de direção.

 

E talvez isto baste:

não resolver, mas reconhecer.

Saber que algo começa a mudar

antes mesmo de ter nome,

e que a preparação nasce

no gesto simples de não fingir.

 

 

(Poema inspirado nos aspetos astrológicos do mapa levantado para o dia 19 de novembro de 2025, calculado para Greenwich, traduzindo em linguagem poética as energias simbólicas que atravessam o tempo e o espírito humano.)

 

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