Quando o mundo baixa o volume,
a vida abranda,
como se um manto de atenção
se estendesse sobre o pensamento.
O ar não está leve, mas é estável,
uma estabilidade que recolhe,
que pede quietude
e nos leva ao que é autêntico
sem esforço, sem urgência.
As emoções não irrompem;
assentam.
Movem-se por dentro como água densa
que encontra, enfim, o curso certo.
É uma paz estranha,
nascida de camadas que raramente tocamos,
e faz-nos olhar para nós
com mais verdade do que o habitual.
Os gestos não exigem tradução:
há uma lucidez discreta no ambiente,
uma maturidade que se instala
mesmo quando nada é dito.
E enquanto tudo se escreve em silêncio,
ao fundo acende-se um ponto de sentido.
Não é certeza;
é alinhamento.
Uma claridade que não revela o caminho inteiro,
mas ilumina o próximo passo.
E isso basta.
É um dia que não força;
orienta.
Não cobra;
aproxima.
Não escancara portas,
mas mostra o lugar exato
onde a mão encontra a fechadura.
Há profundidade, sim,
mas não há peso.
Há verdade,
sem confronto.
E a sensação tranquila
de que o que amadureceu por dentro
começa a mover o mundo cá fora.
(Poema inspirado nos aspetos astrológicos do mapa
levantado para o dia 20 de novembro de 2025, calculado para Greenwich,
traduzindo em linguagem poética as energias simbólicas que atravessam o tempo e
o espírito humano.)
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