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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Respiração do Tempo — Quando a Profundidade se Torna Caminho

Quando o mundo baixa o volume,

a vida abranda,

como se um manto de atenção

se estendesse sobre o pensamento.

 

O ar não está leve, mas é estável,

uma estabilidade que recolhe,

que pede quietude

e nos leva ao que é autêntico

sem esforço, sem urgência.

 

As emoções não irrompem;

assentam.

Movem-se por dentro como água densa

que encontra, enfim, o curso certo.

 

É uma paz estranha,

nascida de camadas que raramente tocamos,

e faz-nos olhar para nós

com mais verdade do que o habitual.

 

Os gestos não exigem tradução:

há uma lucidez discreta no ambiente,

uma maturidade que se instala

mesmo quando nada é dito.

 

E enquanto tudo se escreve em silêncio,

ao fundo acende-se um ponto de sentido.

Não é certeza;

é alinhamento.

Uma claridade que não revela o caminho inteiro,

mas ilumina o próximo passo.

E isso basta.

 

É um dia que não força;

orienta.

Não cobra;

aproxima.

Não escancara portas,

mas mostra o lugar exato

onde a mão encontra a fechadura.

 

Há profundidade, sim,

mas não há peso.

Há verdade,

sem confronto.

E a sensação tranquila

de que o que amadureceu por dentro

começa a mover o mundo cá fora.

 

 

(Poema inspirado nos aspetos astrológicos do mapa levantado para o dia 20 de novembro de 2025, calculado para Greenwich, traduzindo em linguagem poética as energias simbólicas que atravessam o tempo e o espírito humano.)

 

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