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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Respiração do Tempo - O Lado Secreto do Dia

Há dias em que acordamos

com o pensamento a desafinar o corpo,

como se uma parte de nós avançasse

e outra ainda procurasse chão.

 

Tudo parece exigir definição,

uma ordem, um contorno,

mas o ar está cheio de perguntas

que não cabem nos nomes que lhes damos.

 

O coração tenta abrir caminho:

leva vontade de crescer,

de construir sentido no meio do que é obscuro,

mas logo encontra uma muralha antiga,

feita de cautelas, memórias,

cicatrizes que dizem “espera”.

 

Entre a expansão e a reserva

forma-se uma tensão que não é ruído,

é ensinamento.

Dois movimentos a puxar o mesmo destino,

testando a nossa maturidade

perante o que sentimos.

 

Há também uma lucidez discreta,

quase subterrânea,

a lembrar-nos que o mundo não é só aquilo que vemos:

há correntes silenciosas

a guiar o que precisa de transformar-se,

e inspirações que sopram por trás das ideias,

como se outra inteligência nos falasse

através do inesperado.

 

Hoje, não é dia de certezas,

é dia de compreender o ajuste fino:

a voz que tropeça,

a emoção que tenta organizar-se,

o impulso que quer avançar

e encontra a responsabilidade à sua frente.

 

É nesse intervalo

que se revela a verdadeira força:

não a de decidir depressa,

mas a de respirar fundo

e deixar que cada peça

encaixe ao seu tempo.

 

(Poema inspirado nos aspetos astrológicos, do mapa levantado para o dia 15/11/2025, calculado para Greenwich, traduzindo em linguagem poética as energias simbólicas que atravessam o tempo e o espírito humano.)

 

 

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