Algo se realinha por dentro
sem anunciar nada.
Não é revelação,
é um ajuste silencioso,
como quem muda a direção de uma vida
um milímetro de cada vez.
Uma parte antiga resiste,
outra sabe que não pode continuar igual.
Entre as duas nasce a tensão verdadeira:
permanecer no que conhecemos
ou abrir espaço ao que ainda não tem forma.
A ferida que parecia imóvel
começa a responder a um toque interior.
Não dói mais,
mas também não adormece.
Mostra o que precisa de cuidado
para que o caminho adiante não repita
o que já não sustenta.
Nada disto é rápido.
O que muda de modo autêntico
move-se devagar,
como quem aprende a respirar outra vez
até que o corpo reconheça o novo ritmo
e o aceite.
E quando esse ritmo finalmente se instala,
o que estava fechado
cede.
Não para trazer facilidade,
mas para abrir espaço
à verdade que antes não conseguíamos dizer.
Porque a transformação real
nunca chega com espetáculo,
chega com precisão.
(Poema inspirado nos aspetos astrológicos, do mapa
levantado para o dia 24 de novembro de 2025, calculado para Greenwich,
traduzindo em linguagem poética as energias simbólicas que atravessam o tempo e
o espírito humano.)
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