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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Respiração do Tempo — Quando Algo se Desbloqueia sem Ruído

Há manhãs que começam como um fio silencioso,

sem anúncio,

mas com uma espécie de deslizamento interior

que não se consegue explicar.

 

O mundo está mais desperto

do que parecia ontem,

como se uma porta tivesse sido empurrada

de dentro para fora

e ainda ninguém tivesse reparado nisso

com clareza.

 

A energia move-se,

mas não empurra;

abre espaço.

 

Há um brilho discreto na mente,

uma nitidez que não é lógica,

é instintiva,

uma sensação de que certas dores antigas

não precisam agora de se justificar,

basta reconhecê-las

e deixá-las passar

sem lhes pedir contas.

 

Nas relações,

não existe drama,

mas há pequenos atritos que pedem revisão:

ajustes finos,

motivações não ditas,

vontades que querem alinhar-se

com o que é verdadeiro.

Nada explode,

mas tudo sinaliza.

É assim que o mundo prepara mudanças:

não com tempestades,

mas com detalhes.

 

A base da vida,

o lar, os afetos próximos,

o território emocional,

fica mais exposto ao toque.

Não é fragilidade:

é sensibilidade em estado de início,

como quem começa um ciclo

e ainda não sabe o que esse ciclo

vai pedir.

 

Ao fundo, há uma coordenação mais ampla,

um entendimento que cresce devagar,

ligando passado e futuro

por uma linha quase invisível.

É como se o tempo nos dissesse:

“Segue por aqui.

Ainda não vês,

mas é por aqui.”

 

A renovação que se abre

não é grandiosa,

mas é verdadeira

e tem a força calma

de quem sabe

que os grandes começos

são quase sempre silenciosos.

 

(Poema inspirado nos aspetos astrológicos do mapa levantado para o dia 21 de novembro de 2025, calculado para Greenwich, traduzindo em linguagem poética as energias simbólicas que atravessam o tempo e o espírito humano.)

 

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