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sábado, 22 de novembro de 2025

Respiração do Tempo - Quando o Mundo Pede um Primeiro Movimento

Há começos que surgem sem aviso,

não brilhantes,

mas necessários,

como o instante em que a luz toca uma fronteira

e faz o invisível estremecer.

 

A vida pede um movimento inaugural,

tímido,

mas honesto;

um impulso que crie coragem,

outro que desaprenda o medo,

e entre ambos,

um entendimento subtil

que não se diz em palavras

mas permanece,

como uma linha que liga o que queremos

ao que já não podemos adiar.

 

Os pensamentos descem mais fundo

e tornam-se mais claros;

não são certezas,

são direções.

Um mapa interior que se redesenha

devagar,

com precisão silenciosa,

como se as águas se alinhassem

por si mesmas.

 

As emoções aproximam-se

com a ternura de quem sabe

que não precisa de forçar nada:

apenas acompanhar o que cresce.

Há um cuidado novo no íntimo,

um desejo de proteger o que é verdadeiro

sem erguer muros

nem fugir de sombras antigas.

 

E enquanto isto se move por dentro,

a vida exterior rearranja-se

de forma discreta,

como se alguém deslocasse as peças

com mãos invisíveis.

Nenhuma surpresa é gratuita,

nenhuma alteração é capricho:

é tudo parte de um mesmo caminho

que ainda não vemos por inteiro,

mas já reconhecemos

pelos sinais que acendem no corpo.

 

O tempo não exige pressa,

exige presença,

abertura,

o consentimento íntimo

de seguir em frente

mesmo sem resposta completa.

 

Porque há certos começos assim:

em que o novo não grita,

mas respira,

e quem escuta

descobre que basta um passo,

um só,

para que o mundo comece

a mudar de direção.

 

 

(Poema inspirado nos aspetos astrológicos do mapa levantado para o dia 23 de novembro de 2025, calculado para Greenwich, traduzindo em linguagem poética as energias simbólicas que atravessam o tempo e o espírito humano.)

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