Há quem caminhe com mãos sujas de si mesmo
e tente deixar no mundo a marca da própria sombra.
Não se assume no peso do que faz,
e procura, nas faces alheias,
os rastos da sua dor.
Fala com voz de acusação
para ocultar o eco que ressoa dentro,
e culpa aqueles que apenas permanecem
firmes na própria luz,
como se a sua verdade precisasse de reféns.
Quem projeta medo e culpa
não conhece a liberdade que habita no olhar calmo.
A força de quem se mantém íntegro
não se curva perante julgamentos,
nem se contamina pelo veneno alheio.
E a sombra, cedo ou tarde,
descobre que o reflexo próprio não se engana:
o que se nega em si mesmo
não pode viver fora de si.
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