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terça-feira, 25 de novembro de 2025

Respiração do Tempo — A Língua do Sinal Interior

Por vezes o mundo parece um lugar onde ninguém se entende.

As palavras chegam partidas,

como se tivessem atravessado um nevoeiro antigo

antes de cair na boca.

 

A vontade de clareza existe,

arde até,

mas o caminho entre o que pensamos

e o que dizemos

está cheio de desvios secretos,

ecos velhos que distorcem o essencial.

 

Há verdades que tentam nascer

com a força de um princípio justo.

Querem erguer fundamentos limpos,

dar sentido ao que ficou torto,

mas encontram portas fechadas,

alianças frágeis, gestos incertos

que não sabem comprometer-se.

 

Dentro de cada um

há um fogo inquieto:

o impulso de defender o que é direito nosso,

e o cansaço de lutar contra quem

não sabe, ou não quer,

ouvir com honestidade.

 

As emoções sobem

como maré elétrica dentro da pele,

procurando um sinal,

uma linguagem que não traia

nem a ferida nem a esperança.

 

Mas nada, aqui, é simples.

O que está por resolver

mistura-se com o desejo de avançar,

e a própria ideia de futuro

parece uma frase incompleta.

 

Ainda assim,

há um ponto de lucidez

que insiste em permanecer,

uma nota firme

que não se dobra ao ruído.

 

Talvez não seja tempo de acordos,

nem de revelações,

mas de reconhecer o que está confuso,

de não forçar entendimento

onde apenas persiste sombra,

e de guardar a chama interior

que sabe distinguir

o que vale a pena

daquilo que apenas nos desvia.

 

Porque quando a linguagem falha,

a verdade aprende outra forma

de se fazer ouvir.

 

 

(Poema inspirado nos aspetos astrológicos, do mapa levantado para o dia 26/11/2025, calculado para Greenwich, traduzindo em linguagem poética as energias simbólicas que atravessam o tempo e o espírito humano.)

 

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