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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Cartas ao Silêncio

Escrevo para o silêncio,

não para vencê-lo,

mas para conversar com ele.

 

Cada poema é um murmúrio,

um gesto

de quem tenta compreender

o que permanece

quando tudo o resto se cala.

 

Não procuro respostas,

escuto ecos antigos

que vivem no fundo da alma.

 

As palavras que nascem do silêncio

não são minhas, nem tuas;

pertencem ao espaço entre nós.

 

Trazem fragmentos de amor,

de dor

e de luz.

 

São cartas que talvez nunca cheguem,

ou que cheguem

quando já não for preciso ler.

 

Se as encontrares,

lê-as devagar,

não para entender,

mas para sentir.

 

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