Epstein voava sem asas
mas com nomes gravados em ouro,
uma lista onde a verdade
tinha bilhete em classe executiva.
As ilhas não tinham palmeiras,
tinham pactos sussurrados,
banquetes de silêncio
e um altar erguido à impunidade.
Trump, o pregador da moral reinventada,
gritava contra monstros debaixo da cama,
enquanto jantava com eles
no mesmo salão envernizado.
Agora o espelho racha,
e a mentira volta à boca do criador,
um sabor a veneno antigo
servido no copo onde antes brindou.
Musk acende archotes com tweets,
e atira teorias como flechas cegas,
confundindo justiça com vingança,
e segredos com entretenimento.
A multidão aplaude o espetáculo,
não quer justiça, quer fogo,
mas esquece que ao queimar o outro
também se queima a si própria.
O escândalo é o novo pão,
a desgraça, a nova comunhão,
mas os rostos das vítimas
não aparecem na transmissão.
Continuam ausentes,
como sempre,
e como convém.
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