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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Veneno de Luxo / J.M.J.

Epstein voava sem asas

mas com nomes gravados em ouro,

uma lista onde a verdade

tinha bilhete em classe executiva.

 

As ilhas não tinham palmeiras,

tinham pactos sussurrados,

banquetes de silêncio

e um altar erguido à impunidade.

 

Trump, o pregador da moral reinventada,

gritava contra monstros debaixo da cama,

enquanto jantava com eles

no mesmo salão envernizado.

 

Agora o espelho racha,

e a mentira volta à boca do criador,

um sabor a veneno antigo

servido no copo onde antes brindou.

 

Musk acende archotes com tweets,

e atira teorias como flechas cegas,

confundindo justiça com vingança,

e segredos com entretenimento.

 

A multidão aplaude o espetáculo,

não quer justiça, quer fogo,

mas esquece que ao queimar o outro

também se queima a si própria.

 

O escândalo é o novo pão,

a desgraça, a nova comunhão,

mas os rostos das vítimas

não aparecem na transmissão.

 

Continuam ausentes,

como sempre,

e como convém.

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