Há em mim um chão que treme
quando imagino o abraço certo,
não o abraço fácil,
mas o que toca onde dói
e fica.
Sonho um amor que saiba
ler os silêncios
sem os julgar,
que beba do meu medo
sem o ampliar,
que me proteja,
não por fraqueza,
mas porque reconhece a força
que ainda não despertei.
Seremos Um,
não porque o tempo o disse,
mas porque trabalhámos o milagre,
com toques, sim,
mas também com pausas,
com palavras,
mas mais ainda com a escuta,
com corpos,
mas só quando a alma estiver
presente
e disser: agora.
Nada do que fomos será perdido,
pois tudo o que doeu,
terá lugar nesse gesto
sem forma definitiva,
mas cheio de fé:
o gesto que cuida,
que sabe esperar,
e que vence,
porque ama inteiro.
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