Nada me chega
sem trazer a marca
do que sou por dentro.
Desejo céu,
mas cultivo o solo
com as sementes antigas
do medo e do orgulho.
Peço amor,
mas ergo muros ao redor do peito,
clamo por mudança,
e ajo como ontem.
Digo: mereço mais,
mas evito o espelho
onde veria
que ainda não me dou.
E no entanto,
não sou castigo nem falha,
sou caminho.
Posso hoje
escolher outra forma,
mudar a terra,
honrar o pouco,
agradecer o ser,
e então, talvez,
acolher o novo
que já me espera.
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