Tens Vénus com sede de infinito,
num céu onde Marte não dorme,
e Úrano sopra ideias novas
como quem não aguenta estar preso.
Tens Leão no horizonte das ideias,
onde amar é mais do que sentir,
é descobrir o sentido de viver.
Mas esse mapa que trazes
não aceita atalhos,
nem te deixa contentar com
metades mornas ou silêncios por preencher.
Vês o mundo com os olhos do espírito,
mas sentes com o peito exposto,
ferido por não encontrares
quem dance contigo no mesmo compasso
de sonho, toque e pensamento.
E às vezes, o céu que te habita
pesa-te no corpo.
A alma quer voar para um amor com asas,
mas os dias trazem gravidade,
o outro nem sempre entende o fogo,
ou teme que te vás embora
antes de pousares de verdade.
Por isso, não te julgues.
És raro, e os raros
sofrem mais,
mas também tocam mais fundo,
e deixam pegadas em corações
onde a maioria nunca entra.
És um mapa celeste,
a arder em silêncio
à espera que alguém leia
não só as estrelas,
mas a constelação que és.
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