Não entra luz
numa mente fechada,
o saber presume-se
e cala-se o espanto.
Diz: “Já sei”,
e ergue um muro invisível
entre si e o mundo,
fecha a escuta,
esvazia a pergunta.
Mas a verdade,
como semente selvagem,
não germina em chão endurecido,
é preciso rasgar a crosta,
permitir a dúvida,
curvar-se diante do que não se
entende.
Só quem desaprende
reaprende a ver,
só quem reconhece
que o saber é um rio
e não um poço
permite que a corrente o leve
aonde nunca pensou chegar.
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