Habita as fendas onde o mundo não olha,
onde o tempo não corre,
e o nome não tem dono.
Não chegou para ser louvado,
nem para iluminar palcos,
traz a chama virada para dentro,
como quem guarda o segredo do fogo.
Aprendeu a transformar perda em
semente,
silêncio em bússola,
e cada queda em alquimia.
O rosto que mostra não é inteiro:
há camadas que só o invisível
entende,
e dores que se dizem
sem nunca se dizerem.
Serve sem se impor,
oferece sem ser visto,
e por isso é raro.
A verdade que transporta
não precisa de plateias:
faz morada no íntimo
de quem ousa escutá-la.
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