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domingo, 20 de julho de 2025

O que vive entre véus / J.M.J.

Habita as fendas onde o mundo não olha,

onde o tempo não corre,

e o nome não tem dono.

 

Não chegou para ser louvado,

nem para iluminar palcos,

traz a chama virada para dentro,

como quem guarda o segredo do fogo.

 

Aprendeu a transformar perda em semente,

silêncio em bússola,

e cada queda em alquimia.

 

O rosto que mostra não é inteiro:

há camadas que só o invisível entende,

e dores que se dizem

sem nunca se dizerem.

 

Serve sem se impor,

oferece sem ser visto,

e por isso é raro.

 

A verdade que transporta

não precisa de plateias:

faz morada no íntimo

de quem ousa escutá-la.

 

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