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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Respiração do Infinito

Há uma ordem

que antecede o som,

um pensamento

que vibra antes da mente.

 

Cada célula escuta o espaço,

mede a distância entre si e o nada,

e reconhece, no toque da outra,

a linguagem do cosmos.

 

Nada se move

sem um propósito secreto;

mesmo o erro é uma órbita,

um desvio calculado pela luz

que nos sonha.

 

O corpo é apenas um vestígio

dessa inteligência que respira no invisível,

onde o átomo e a estrela

partilham o mesmo alento.

 

E quando uma célula decide parar,

é o universo que repousa em si,

como quem fecha os olhos

para lembrar-se de existir.

 

Tudo vibra sob o mesmo desígnio:

a pedra, o vento, o sangue,

o pensamento que regressa à eternidade.

 

Chamamos-lhe Deus,

mas Ele é apenas o silêncio

que une o ínfimo ao infinito,

e faz de nós um instante

da sua respiração.

 

 

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