O homem é uma paixão inútil,
mas é nela que arde o sentido de existir.
Busca no vazio um eco que responda,
e o eco apenas devolve o seu próprio nome.
Faz de cada gesto uma tentativa de eternidade,
sabendo que o tempo o dissolverá.
Ama, mesmo sabendo que o amor não o salva;
cria, mesmo sabendo que tudo será pó.
E nessa teimosia silenciosa
há uma centelha de infinito,
não no destino,
mas no desejo.
Ser humano é isto:
acender o fogo
mesmo sob a chuva do nada.
(Este poema foi inspirado na frase de Jean-Paul Sartre: “O homem é uma
paixão inútil.” Uma reflexão sobre o sentido (ou ausência dele) na existência
humana, e sobre a beleza trágica de continuar a procurar luz mesmo quando se
sabe que ela pode não vir.)
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