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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Paixão Inútil

O homem é uma paixão inútil,

mas é nela que arde o sentido de existir.

 

Busca no vazio um eco que responda,

e o eco apenas devolve o seu próprio nome.

 

Faz de cada gesto uma tentativa de eternidade,

sabendo que o tempo o dissolverá.

 

Ama, mesmo sabendo que o amor não o salva;

cria, mesmo sabendo que tudo será pó.

 

E nessa teimosia silenciosa

há uma centelha de infinito,

não no destino,

mas no desejo.

 

Ser humano é isto:

acender o fogo

mesmo sob a chuva do nada.

 

 

(Este poema foi inspirado na frase de Jean-Paul Sartre: “O homem é uma paixão inútil.” Uma reflexão sobre o sentido (ou ausência dele) na existência humana, e sobre a beleza trágica de continuar a procurar luz mesmo quando se sabe que ela pode não vir.)

 

 

 

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