Escrevo a poesia que deixa o tempo atravessar-me,
até que o movimento se torne consciência.
Há dias em que me encontro no céu,
não à procura de sinais,
mas a traduzir em mim
o que respira por detrás das formas:
o pulso que insiste,
a tentativa de cura,
a clareza possível.
Muitos passam pelos dias
sem notar o que muda.
Eu faço casa nesse lugar em espiral,
onde tudo circula devagar
e onde as estrelas, mesmo distantes,
têm algo a ensinar.
É essa fidelidade ao que sinto
que me mantém inteiro
e ainda capaz de continuar.
Respiro o tempo sem pressa,
como quem escuta um nome antigo,
e deixo que cada Lua Nova
abra um livro silencioso por dentro;
um livro que só se revela
a quem lê com o coração aberto.
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