Há momentos em que a mente se torna mais lúcida,
não por revelação,
mas porque deixamos de fugir
a certas evidências que sempre ali estiveram.
Percebemos
ligações simples
entre aquilo que sentimos
e o que pensamos que deveríamos sentir.
E, nesse contraste, surge um tipo de verdade
que não é confortável,
mas é honesta.
Nem
sempre sabemos lidar com ela.
Há emoções que ressurgem
só porque parámos o suficiente para as escutar.
Não gritam,
apenas mostram que ainda existem partes de nós
onde não fomos totalmente sinceros connosco.
Não
é drama,
é apenas humanidade.
E,
quando a lucidez e a vulnerabilidade
aparecem ao mesmo tempo,
percebemos como é difícil conciliar
as expectativas que criámos
com a pessoa que realmente somos agora.
Esse
encontro não resolve nada de imediato,
mas abre espaço,
dá-nos a possibilidade de olhar para dentro
sem justificações,
pressa,
máscaras.
No
fundo, a pergunta é simples:
o que é verdadeiro para mim, agora?
Não
o que foi,
o que deveria ser,
ou o que os outros esperam,
mas apenas o que permanece
quando retiramos tudo o que nos confunde.
Talvez
ainda não saibamos responder.
Mas reconhecer que a pergunta existe
já é um começo,
uma espécie de maturidade
que não se impõe,
cresce.
E
isso, por si só,
já é movimento suficiente.
(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito
deste dia, traduzido em linguagem poética.)
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