Quando a razão vacila
nasce uma tensão discreta,
como se algo dentro pedisse para ver melhor,
mesmo que isso implique encarar questões
que preferíamos deixar como estão.
A vontade de seguir em frente existe,
mas encontra limites firmes,
responsabilidades que não podem ser evitadas,
ou verdades que pedem mais maturidade
do que gostaríamos de admitir.
Há um teste silencioso à força interior:
agir, sim, mas com consciência.
Ao mesmo tempo cresce um desejo de expressão,
de sermos vistos, ouvidos, reconhecidos,
mas essa vontade cruza-se com memórias antigas,
com sombras que ainda moldam a forma
como procuramos atenção ou afeto.
É fácil confundir necessidade com impulso,
vontade com carência.
Ainda assim existe um fio discreto de orientação:
pequenos sinais, encontros oportunos,
pensamentos que se alinham
e mostram uma saída possível
no meio da tensão.
Nada espetacular, apenas pistas,
clarões breves que lembram
que o caminho não está fechado.
Nas relações mais profundas
abre-se espaço para reparação.
Entendimentos surgem sem esforço,
como se algo finalmente assentasse
no lugar onde antes só havia conflitos.
É uma harmonia que não se impõe,
mas cura.
No fundo, nada exige rupturas.
Pede-se antes coragem para olhar de frente
o que ainda pesa,
e paciência para não forçar
o que ainda não encontrou forma,
e, sobretudo, escuta.
Há movimento, sim,
mas é um movimento que nasce
da honestidade.
(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam
o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)
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