Há um silêncio antigo nos olhos do animal,
onde o pensamento aprende a ver-se.
Não é o instinto que muda,
é a luz que se desliza dentro.
O som que engana, a imagem que falha,
o movimento que se corrige,
tudo fala da mesma inteligência:
a de quem ousa duvidar.
Entre nós e eles
não há muro, há respiração.
Um fio que atravessa o tempo,
onde a mente reconhece
o seu próprio reflexo na floresta.
E o mundo, por um instante,
sabe que pensar
é também ouvir.
(Poema inspirado na investigação de Hanna Schleihauf et al., publicada na
revista Nature (2025), sobre a capacidade dos chimpanzés de rever crenças
perante novas evidências — revelando a raiz comum da racionalidade e da
consciência entre espécies.)
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