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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Horizonte Poético - Entre Impulso e Alinhamento

Há um brilho que persiste no ar,

como se algo dentro de nós

reclamasse o direito de se mostrar

sem pedir licença.

 

É um fogo que nos preenche

e diz:

“Quero ser verdadeiro.”

Mas logo encontra um muro antigo,

regras não escritas,

uma memória que nos aflige.

O impulso tropeça na prudência

e fica um sabor estranho,

entre vontade e contenção.

 

As relações pedem harmonia:

não basta querer proximidade,

é preciso saber como a tocar.

Alguns silêncios pesam,

outros protegem.

Há pequenos ajustes invisíveis

entre o que damos

e o que ainda não conseguimos dar.

 

Ao mesmo tempo,

uma inquietação profunda desperta,

vinda de onde ainda evitamos nomear.

É como se uma verdade escondida

batesse à porta,

e nos impelisse a ver o lado da sombra

que preferimos varrer para longe.

Não é ameaça,

é um convite duro,

mas libertador.

 

E, contra todas as expectativas,

brota um gesto de cuidado

que não pedimos,

um entendimento raro,

uma ligação simples,

uma reparação que não exige drama.

Quase parece milagre

que certas dores respondam tão depressa

quando alguém nos vê por dentro.

 

A vibração que nos atravessa

não pede rupturas nem feitos heróicos;

pede honestidade,

coragem para admitir o que mexe,

para deixar ir o que já não serve;

simplificar.

As emoções minguam por dentro:

desapego, limpeza, respiração.

 

Crescer não é avançar,

é alinhar.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)

 

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