A verdade não pede entrada.
Arromba-te.
E o que estremece em ti
não é medo,
é reconhecimento.
O que ignoraste
ergue-se com o peso
de algo que não aceita
ser empurrado para a noite.
Aquilo que fingiste não ver
inclina-te a cabeça
até olhares de frente.
O rasgão que sentes
é só a parte antiga a romper,
a que vivia de concessões,
e se curvava para caber
no que já não tinha espaço.
Há uma força a puxar-te
para longe do que te é mais íntimo.
Não resistas:
o que te é próximo também pode ser prisão.
E aquilo que agora se solta
não é rebeldia,
é verdade atrasada.
A sombra que te confronta
não vem para te destruir;
vem exigir que pares de a temer.
Não expliques nada,
nem peças licença,
nem sacrifiques o que despertou
para preservar o que dorme.
Há mudanças que chegam
como relâmpago:
ferem, mas iluminam.
E o que agora te parece
violência do destino
é só a coragem
a recuperar o teu corpo.
Avança.
O que ruir agora
já estava morto.
O que ficar de pé
é teu.
(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam
o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)
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