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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Horizonte Poético - Relâmpago Interior

A verdade não pede entrada.

Arromba-te.

E o que estremece em ti

não é medo,

é reconhecimento.

 

O que ignoraste

ergue-se com o peso

de algo que não aceita

ser empurrado para a noite.

 

Aquilo que fingiste não ver

inclina-te a cabeça

até olhares de frente.

 

O rasgão que sentes

é só a parte antiga a romper,

a que vivia de concessões,

e se curvava para caber

no que já não tinha espaço.

 

Há uma força a puxar-te

para longe do que te é mais íntimo.

Não resistas:

o que te é próximo também pode ser prisão.

 

E aquilo que agora se solta

não é rebeldia,

é verdade atrasada.

 

A sombra que te confronta

não vem para te destruir;

vem exigir que pares de a temer.

 

Não expliques nada,

nem peças licença,

nem sacrifiques o que despertou

para preservar o que dorme.

 

Há mudanças que chegam

como relâmpago:

ferem, mas iluminam.

 

E o que agora te parece

violência do destino

é só a coragem

a recuperar o teu corpo.

 

Avança.

O que ruir agora

já estava morto.

 

O que ficar de pé

é teu.

 

(Poema inspirado nos símbolos astrológicos que moldam o espírito deste dia, traduzido em linguagem poética.)

 

 

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