Existe quem procure o mundo
nos instrumentos,
na precisão do número,
na ação exata que ilumina
o que antes apenas se insinuava.
Há quem o procure nos deuses,
nas histórias que o fogo contou,
nos símbolos que atravessam séculos
como se fossem ossos da memória.
Mas é sempre a mesma luz
que chama.
Nem a fórmula nem o mito
conseguem abraçar o todo,
mas cada um toca uma parte
do que nos ultrapassa.
A realidade é vasta demais
para caber numa só linguagem.
O que a ciência mede,
o mito pressente;
e nós caminhamos no intervalo,
entre o visível e o sentido,
tentando alinhar
o que sabemos
com o que sentimos.
Talvez tudo seja descoberta:
o universo lá fora,
e o universo dentro.
E a verdade, se existir,
não é um lugar,
é uma aproximação infinita,
uma respiração comum
entre o humano e o mistério.
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