Chamaram-lhes fracos,
porque recusaram a espada
e escolheram o abraço.
Disseram que eram moles,
porque não sabiam odiar
nem vestir a armadura da pressa.
Mas foram eles
quem ficou a cuidar das feridas,
a semear o pão,
a ensinar às crianças o nome das estrelas.
Enquanto os heróis marchavam,
fizeram silêncio,
e nesse silêncio, o mundo respirou.
Não foram feitos de ferro,
foram feitos de alma,
e é essa leveza,
tão antiga quanto o amor,
que ainda sustém o que resta de humano.
(A palavra “afeminados”, usada em antigas traduções bíblicas, foi muitas
vezes associada a fraqueza ou desvio moral. Este poema procura resgatar o seu
sentido humano e simbólico, o de quem escolhe a ternura em vez da violência, e
a coragem de sentir em vez de ferir.)
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