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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Peso do Que Me Habita

Há coisas em mim

que não sei nomear.

Não são luzes,

nem símbolos,

nem vastidões espirituais.

São presenças antigas,

silêncios que me ultrapassam,

forças que não escolhi

mas carrego.

 

E, no entanto, vivo como se tudo fosse pequeno,

como se eu fosse só superfície,

como se nada

me atravessasse por dentro.

 

Há momentos em que sinto isso:

o desrespeito 

por aquilo que transporto.

Não é culpa,

é distração.

É esquecer-me

de que algo em mim

escuta mais fundo

do que eu falo.

 

Talvez seja isto, ser universo:

não é grandeza,

é responsabilidade.

É perceber

que o que me habita

tem a sua própria dignidade

e reclama que eu o acompanhe

para onde for. 

 

Não preciso de o entender,

preciso apenas

de não me abandonar.

 

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