Há coisas em mim
que não sei nomear.
Não são luzes,
nem símbolos,
nem vastidões espirituais.
São presenças antigas,
silêncios que me ultrapassam,
forças que não escolhi
mas carrego.
E, no entanto, vivo como se tudo fosse pequeno,
como se eu fosse só superfície,
como se nada
me atravessasse por dentro.
Há momentos em que sinto isso:
o desrespeito
por aquilo que transporto.
Não é culpa,
é distração.
É esquecer-me
de que algo em mim
escuta mais fundo
do que eu falo.
Talvez seja isto, ser universo:
não é grandeza,
é responsabilidade.
É perceber
que o que me habita
tem a sua própria dignidade
e reclama que eu o acompanhe
para onde for.
Não preciso de o entender,
preciso apenas
de não me abandonar.
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