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terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Fingidor

Escrevo-me a cada dia,

passo a limpo as palavras

que se me escapam,

tentando, no silêncio do papel,

fingir-me de poeta.

 

A caneta, exausta,

já não consegue traçar mais sonhos,

não tem tinta,

não tem alma.

Restam-me apenas as linhas vazias

onde o pensamento se perde,

sem conseguir tocar o que um dia fui.


(Poema in (Re)cantos da Lua, publicado em Dezembro de 2006, pela Magda Editora)

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